terça-feira, 26 de outubro de 2010

Relembrando :)


Bateu uma saudade do tempo de facul, lembro-me da colação de grau, do último discurso. Daqueles olhos esfuziantes de alegria e ao mesmo tempo de incertezas.

Achei meu discurso...


Discurso da turma de jornalismo/ ano 2010 da FASUL

Boa noite a todos, gostaria de agradecer primeiramente aos meus colegas de jornalismo que me escolheram como oradora de turma para representá-los nesta noite. Cumprimentos a mesa, autoridades, professores, pais, CAROS COLEGAS.

Hoje, sem dúvidas, é um dia muito especial para todos nós. Foram quatro anos juntos, ou seja, 40 meses de convivência. A maioria deve se lembrar do primeiro dia de aula, mostrávamos a ansiedade de ver quem iria sentar ao nosso lado, quem seriam nossos amigos e professores. É pessoal, naquele dia parecia que a faculdade iria durar uma eternidade.

Logo nas primeiras semanas as afinidades se destacaram, as diferenças também. Mas, nada mais natural que isso aconteça numa turma de jornalismo, pois somos pessoas críticas, com personalidades fortes. Mas pessoas justas e responsáveis.

Textos, textos e mais textos. Lembram-se das primeiras dicas do lead dadas pela professora Ana Brambilla?, fundamentais para nosso deslanche como profissionais. As horas que passávamos nos estúdios de rádio gravando programas, entrevistas e montando spots e jingles. E as reportagens de TV, as edições demoraaaadas, quatro aulas seguidas nas sextas-feiras, ééé, isso ninguém esquece.

E o nosso primeiro jornal laboratório? As fotos que nós mesmos revelávamos em preto e branco e as aulas que passávamos criando nossa própria página de internet. Finalmente, sentindo um pouco do que realmente é ser jornalista. Uma emoção digna de relato. Aqueles funzines, panfletos e tablóides em nossas mãos, distribuindo pela faculdade. Assumindo o papel de jornaleiros-jornalistas. E claro, não menos importante, lembramos também das aulas teóricas de filosofia, sociologia, dos termos complicados de semiótica e economia. Isso nos propiciou um embasamento fundamental, não só para nosso hemisfério profissional, como também para nossa vida.

Sempre nos questionamos o papel do jornalista frente a sociedade. A função deste profissional é informar as pessoas sob os acontecimentos e fatos ocorridos, sobretudo quando estes são de interesse comum. Temos que saber enxergar e ouvir os dois lados. O jornalista deve ser o grande aliado da sociedade. Estamos falando de ética e profissionalismo. E nos convencemos, através dos nossos mestres, que é possível sim fazer jornalismo sério, justo e correto.

Nunca esqueceremos das nossas visitas técnicas aos meios de comunicação, dos congressos de jornalismo que sempre nos reuníamos para ir e das palestras com importantes jornalistas como Maurício Kubrusli, Caco Barcellos, Sulamita Mendes, Marcelo Canellas, entre tantos outros.

Seria bom se tudo fosse só glórias. Mas enfrentamos um grande dilema no último ano de faculdade. Foi a votação histórica do dia 17 de junho que colocou o jornalismo na própria pauta dos principais veículos de comunicação do país. A decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal fez com que o diploma para o exercício da profissão de jornalista não fosse mais obrigatório. Lembro-me como se fosse hoje, o professor Paulo chegando na sala de aula cabisbaixo e anunciando o veredito do supremo. O decreto, que regulamentava a profissão, foi extinto, gerando debates acalorados entre os estudantes, professores, profissionais da área e no interior da própria mídia, considerada como “quarto poder” e “formadora de opinião”. Foram semanas de profunda desilusão, que depois foram se diluindo e transformando-se, não em conformismo, mas sim em luta a favor do bem comum. A prova de que jornalistas são mais do que a própria faculdade, mas que a faculdade é essencial para a formação do jornalista. A luta continua.

Enfim, isto foi um pouco do que vivemos durante estes quatro anos. Essa pauta não tem fim. As articulações, fontes e relatos deste texto são diversos. Cada um seguirá agora seu próprio caminho, desta vez, enfim, como jornalistas. Eu termino com uma frase de Cláudio Abramo, que está estampada na porta do armário da Dulce, a coordenadora de Jornalismo da Fasul, e que devemos tomar como preceito de nossa profissão: O jornalismo é o exercício diário de inteligência e a prática cotidiana do caráter. Obrigado!

Oradora: Lariane Paludo