segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Palotina arrecadou este ano R$90 milhões em impostos



Em Palotina, o Impostômetro ultrapassa m a marca de R$90 milhões. O valor representa o que o munícipe já pagou em tributos desde o dia 1º de janeiro deste ano até ontem, dia 7 de outubro. Segundo cálculo que consta no site do Impostômetro, este valor já pago em impostos seria suficiente, por exemplo, para: construir mais de 4.385 Casas Populares de 40 m2, ou pagar mais de 218.208 salários mínimos, ou comprar mais de 1.284 ambulâncias equipadas, ou adquirir 3.596 carros populares.

Se comparado a outros municípios vizinhos do mesmo porte, como Assis Chateaubriand com uma arrecadação de R$39 milhões e Marechal Cândido Rondon, com R$77 milhões, Palotina se destaca no que tange a contribuição de impostos.

O valor total é dividido em três partes (governo federal, estadual e municipal) e devem ser destinados para áreas de atenção básica como saúde e educação.

“Os impostos são necessários para fortalecer os serviços públicos destinados a população, porém, eles têm influenciado decisivamente no preço final do produto”, explica o empresário Neri Leonhardt ao comparar o valor tributário ínfimo pago pelos comerciantes do país vizinho – o Paraguai. Segundo ele, três fatores são avaliados na formação do preço do produto: a taxa de impostos, a qualidade e o atendimento. “No Brasil, existem custos elevados embutidos desde a fonte até a destinação final do produto, como também para manter funcionários registrados”, complementa.

O comércio palotinense vem sofrendo diretamente esta concorrência com o Paraguai, em que a proximidade com a fronteira do Salto Del Guairá possibilita aos munícipes visitarem repentinamente o país vizinho. Atraídos pela carga tributária enxuta e o potencial de mercado, os palotinenses acabam encontrando lá produtos mais baratos. Porém, que perdem em qualidade, atendimento, segurança, garantia e opções de pagamentos – itens avaliados na pesquisa “Estudos dos motivos para compras realizadas no PY pelos consumidores de Palotina” da empresária Eliana Regina Klein Chiarardia.

Nesta pesquisa, produtos eletrônicos e de informática são os mais afetados em Palotina, pois representam juntos quase 50% da preferência dos palotinenses pela compra no Paraguai.

O empresário do setor de informática e venda de produtos eletrônicos, Osmar Cantu, sente na pele esta concorrência. Ele acredita que o governo deveria dar um incentivo maior para o setor tecnológico, pois é um requisito necessário para o estímulo à modernidade. O empresário sugere ainda duas medidas que facilitariam a vida do comerciante: a primeira seria descriminar na embalagem do produto a taxa de impostos incutida sobre aquele item e a outra seria unificar os tributos em uma só cobrança. “Estes procedimentos facilitariam no esclarecimento ao cliente de quando o empresário brasileiro precisa contribuir ao governo e porque os preços são maiores, se comparados a outros países”, reflete.

A carga tributária no Brasil corresponde a 36% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e é a maior da América Latina. Os outros dois países que superam o Brasil são: Suécia e França.


Veja quanto o brasileiro paga de impostos sobre alguns serviços e produtos de consumo

Medicamentos

36%

Conta de Água

29,83%

Conta de Luz

45,81%

Conta de Telefone

47,87%

Cigarro

81,68%

Gasolina

57,03%

Frango

17,91%

Açúcar

40,4%

Leite

33,63%

Café

36,52%

Ovos

21,79%

Frutas

22,98%

Detergente

40,50%

Esponja de aço

44,35%

Sabonete

42%

Pasta de Dente

42,00%

Caneta

48,69%

Papel

38,97%

Água

45,11%

Cerveja

56%

Cachaça

83,07%

Brinquedos

41,98%

Automóvel

43,63%

Roupas

37,84%

Sapatos

37,37%

Casa popular

49,02%