domingo, 31 de outubro de 2010

Maconha alivia náusea e vômito




Até então era totalmente contra a legalização da maconha no Brasil – ainda sou, mas vários conceitos sobre a droga têm mudado a minha forma de pensar sobre este assunto tão polêmico. Um deles, por exemplo, é o uso medicinal da Cannabis Sativa. No jornal deste domingo da Folha de Londrina, Elisaldo Carlini, professor titular de psicofarmacologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e diretor do CEBRID falou algo sobre o assunto e defendeu o uso medicinal da droga.

Diz ele que a maconha é usada no alívio de náusea e vômito, causados pela quimioterapia do câncer. Isto já foi aprovado na Alemanha, Inglaterra, França, Holanda, Itália, Espanha e Estados Unidos. O segundo uso é em caso de doenças depauperantes. A pessoa não consegue comer em casos terminais como a AIDS. O terceiro uso aprovado é para dores miopáticas e neuropáticas. Não é uma dor reativa, como de uma queimadura. São dores com espasmos musculares, a pessoa sofre muito para se movimentar, como na esclerose múltipla.

Opiniões – o assunto vem sendo intensamente discutido pelos meios de comunicação. A capa da Galileu do mês de outubro estampou a história de Pedro Caetano, que foi preso por plantar maconha. Ele usava para consumo próprio e não aderia ao tráfico.

O assunto se repete no Folha de Londrina deste domingo com uma discussão favorável a legalização da droga. Coincidência ou não, discutia exatamente isso com Ana Detsch na sexta-feira a noite, quando voltávamos da pós. Prós e contras, avaliamos enfim, que a legalização seria benéfica para cessar o tráfico e desinteressaria o jovem, porque não seria mais proibido. O efeito deletério, em contrapartida, preocuparia se tivéssemos filhos, até que ponto confiar no fato de que eles, no máximo, usariam a droga por curiosidade e não se tornariam dependente da mesma, ou pior, passassem para outras drogas mais perigosas, como o crack.

Uma outra opinião interessante foi a do psicólogo e professor da UESPAR, Adroaldo Bittencourt. Durante uma palestra, que contou com a presença de mais de 200 alunos na instituição, o profissional que também é um dos funcionários do CARTA (Centro de Apoio e Reabilitação e Terapia ao Dependente Químico) proferiu um discurso atípico.

Ao invés de denegrir drogas ilícitas, Adroaldo falou sobre as lícitas – o álcool, como sendo o mais preocupante por uma série de fatores – por matar mais, viciar mais, influenciar mais, etc.

Enfim – No final disso tudo comecei a pensar qual seria a solução mais correta a se tomar. Não acredito que o governo libere a maconha, pelo menos por enquanto.

Porém, como facilitar o uso dela para o bem (em casos medicinais) sem que as pessoas confundam ao uso recreativo? Apesar de não ter relatado até hoje nenhuma morte causada pela maconha é válido pensar e pesquisar sobre o assunto com mais afinco.